sábado, agosto 27, 2005

Solidão

Virgínia pediu a Adriano que não lhe procurasse nunca mais, e ele riu, porque ela sempre dizia isso e depois voltava a procurá-lo, em prantos. Adriano fingia uma injúria e pensava que Virgínia era uma tola, porque sabia que ela havia ido para casa chorar enquanto ele, ah, ele sempre estaria bem, pelo menos enquanto houvesse Virgínias chorosas reincidentes na sua vida. E Virgínia, como era de se esperar, chorava copiosamente em seu quarto, esperando o dia em que terminaria por chorar toda aquela dor para fora de si, mas com a certeza de que esse dia jamais chegaria.