segunda-feira, setembro 05, 2005

Destino: Virgínia

Virgínia,
eu sempre abraço a falta, é verdade. Mas, nos dias que se passaram, eu tentei sair de meu casulo. Eu tentei parar de me entregar somente a mim mesma e seguir os conselhos de Isolda. Deixei Pedro, já que ele só sofria comigo, e fui cativada por um ser de longe. Ele largou tudo por um minuto para ser meu, e eu larguei tudo por um minuto para ser dele. Só que, meu bem, eu não nasci para isso. Em duas horas longe, senti que era a falta a que me completava. E estar nos braços de alguém por mais de uma noite me fez chorar. E eu voltei com as mãos vazias. Sequer trouxe as malas. Voltei para encontrar com a solidão, com minha vida e com nossas cervejas geladas. Hoje seria um bom dia, aliás, já que está um calor insuportável dentro da minha casa.

Sabe, Virgínia, eu me machuco com a solidão a cada segundo. Ela me sufoca, me mata. Porém, é para ela que eu volto nas noites de sexta. É na companhia da minha dor que passo as horas. Eu sou incompleta, mas, quando posso me completar, escolho meu canto, minhas lágrimas, meu banho longo.

Eu queria ser como você e Janaína. São dois amores sublimes.

Beijos de quem te queria aqui, agora.

Izolita.