quarta-feira, setembro 07, 2005

Dos amores velhos

Rafael,

sei que há tempos não nos vemos. Há muito você não atende meus telefonemas... fiquei sabendo que tens um novo amor. Bom saber que está bem. A vida dá voltas e mais voltas. Gostei da capa que você fez para a revista. Muito bom trabalho! Sempre te disse que tens talento. Passarei pela sua cidade, pensei em nos vermos. O que acha? Tirei folga e vou procurar Saiwalô pelos cantos do mundo e conhecer novas praias. De qualquer forma, uma pausa para nos vermos não seria desagradável. Achei seus cadernos de poesia aqui... Marcelo quer que eu os devolva. Não tenho certeza se você os quer de volta. Lembro de uma vez que você me disse, com os olhos cheios de lágrimas, que tudo o que estava escrito neles era eu. Não queria me devolver. Sempre soube, Rafael, que eu sou eu e não sou de ninguém. Devolver-me seria me condenar a ser sua... como os cadernos. E nem eu, nem você, gostaríamos dessa prisão. Soube do acidente de carro que você sofreu. Pena. O carro era bonito. Fico feliz por ter saído ileso. Me machucaria o mundo perder-te.

De qualquer forma, Rafael, gostaria de colocar a conversa em dia. Olhar para você. Aproveitar que o tempo me urge um descanço.

Bons dias...

Isolda.