domingo, outubro 16, 2005

Solidão

Izolita, naquele dia nublado, saiu da igreja devagar e decidiu passar na casa de Janaína. Elas moram em lugares opostos na cidade, o que a impedia de encontrá-la sempre. Pensou: sentia saudades daqueles olhos.
E imaginou toda a cena, organizada previamente em sua memória: Janaína abriria a porta, esquentaria a água - já que estava frio - e faria um café. Não falariam uma palavra. Izolita comentaria o livro lido recentemente, e Janaína divagaria sobre a luz do sol.
Entretanto, não foi assim.
izolita parou em frente à porta de Janaína e bateu. Não houve resposta. Então, pegou um bloquinho de papel rosa, e colou um bilhete na porta: Janaína, minha voz falha de tanta tristeza. Hoje eu sou solidão.