quarta-feira, fevereiro 01, 2006

resposta

É porque, Marcelo, meu bem, quando tu se desesperas, a única coisa que consegue ver o fim. E o fim parece estar marcado pelo meu perfume inexistente e, embora eu esteja de um branco pálico, tu insistes em dizer que as violetas roxas têm minha cor. Tu não olhas o meu rosto e não entende minhas lágrimas. Tu olhas minhas mãos, mas nunca repara em meu sorriso. Querido, o fim que prevês se desfaz com o universo cruel que crias para nós.

Tudo parece ter minha cor e meu cheiro porque, Marcelo, tu não andas capaz de ver que seu amor por mim é menor que seu medo e seu egoísmo. Me queres para ti, porém, sabes, eu sou de mim mesma, sempre fui. Eu entrego meu corpo a quaisquer pessoas, e ainda assim, o corpo é só meu.

E eu dou-me por completa a ti, sendo eu mesma e amando a nós, como casal. Tudo o que queres é que sejamos um, que eu me funda em seu corpo e vire sua vida.

Não há, Marcelo, perfume ou cor. Há seu egoísmo de querer fingir que somos um, enquanto somos nada mais que dois.

2 Comments:

Blogger Patr�cia said...

Tenho falta de coragem de matar meus alter egos.

9:43 PM  
Anonymous Anônimo said...

Sei bem o que é isso,
"olhos de brigadeiro" - se me permite... -
Tenho alguns também, e tenho uma tão forte que calou todas as outras vozes dentro de mim.
Com a ajuda de um certo Téo, eu a suicidei, mas ela vaga fantasmagórica, negando-se a morrer de vez, e enquanto isso,
escreve sua/minha história dentro de mim.

6:29 PM  

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