quinta-feira, julho 13, 2006

sobre o traiçoeiro

Janaína,
é que eu caí em um amor-armadilha. Dessas das quais é impossível se desvenciliar sem perder os pés ou, ao menos, sem sair rasgada, com a pele dilacerada e o peito aberto, encharcado em sangue.
Eu caí numa armadilha perigosa e cruel. Diria até: sem volta. Amor-rede que sufoca os frutos que carrega. Amor-armadilha de ursos, que poda o movimento. Eu caí, Janaína. Numa aberração.
E você sabe, querida, que a minha cama só é preenchida pelos vazios que se formam de minhas escolhas constantes pela solidão. Eu quero assim: sem ter que me ater em uma teia de aranha firme, que não me deixe passar para o outro lado.
Porém, foi nesta que eu me enrosquei. E tive que perder o carinho, o contato, tive que negar amar e não entregar meus sonhos para não cair nas garras dos insetos. Tive que fugir da possibilidade da companhia na noite fria - para não ser devorada pelos caçadores.


Janína, eu caí numa armadilha de um coração que não é o meu. Em um jogo de outrem que me exclui possibilidades da felicidade para todos.
O que é que eu fui fazer, Janaína? Por que é que fui ceder?

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Felicidade não existe. Só armadilhas.

7:01 PM  

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